sábado, 4 de julho de 2015

Cobertura de guerras, desastres e epidemias requer iniciativa e coragem do repórter

Por Luana Freire


Foto: Bruno Martins
Para fazer "coberturas extremas" o interesse tem de partir do jornalista e não do veículo de comunicação em que trabalha. É o que aconselham Patrícia Campos Mello, repórter-especial da Folha de S. Paulo e Luiz Antônio Araújo, editor do jornal Zero Hora, que discutiram o trabalho de reportagem no exterior no 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, hoje, em São Paulo.

"O repórter tem de correr atrás, mostrar para seu editor o que quer e qual sua proposta", afirma Patrícia, que no ano passado, ao lado do repórter fotográfico Avener Prado, ficou por doze dias fazendo a cobertura especial sobre a epidemia de ebola, em Serra Leoa.

O jornalismo investigativo pode ajudar o trabalho policial

Por Helena Carvalho Mega

O repórter não autorizou a divulgação da sua imagem
Foto: Isabel Silva
Com perseverança, o jornalismo investigativo pode auxiliar no trabalho policial. Prova disso é o famoso caso do ex-médico Roger Abdelmassih, que foi um dos homens mais procurados do Brasil, preso em agosto de 2014. Após mais de três anos foragido, a sua captura no Paraguai foi fruto de uma cooperação entre jornalistas da TV Record, o Ministério Publico e a Polícia Federal, que trocavam informações a respeito do seu paradeiro.

Para jornalistas, documentos da Lava Jato na web são exemplo de transparência

Por Camila Alvarenga


Foto: Phillipe Watanabe
Das várias inovações que a investigação da Operação Lava Jato trouxe, uma foi a publicação dos documentos do processo na internet. A mando do juiz do caso, Sérgio Moro, todas as informações referentes ao processo estão disponíveis no site do Tribunal Regional Federal - 4ª Região, algo, até então, exclusivo ao Supremo Tribunal Federal (STF). Isso possibilitou à imprensa acompanhar de perto o caso, justamente por possuir muitas e detalhadas informações.

Congresso joga luz sobre o primeiro caso de jornalista esportivo assassinado no Brasil

Por Keytyane Medeiros


Beatriz Santos
Na véspera, de completar 3 anos do assassinato do jornalista esportivo e apresentador Valério Luiz Oliveira, o advogado e filho da vítima, Valério Luiz Oliveira Filho revelou detalhes sobre o caso durante o painel "Violência contra jornalistas" realizado no 10º Congresso de Jornalismo Investigativo promovido pela Abraji.

Repórter que descobriu detenções secretas americanas encerra 10º Congresso da Abraji

Por Sara Abdo e equipe


Foto: Phillippe Watanabe
A repórter e escritora americana Dana Priest, do The Washington Post, encerrá hoje as mais de 30 horas do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, que reuniu durante três dias em São Paulo, alguns dos maiores nomes do jornalismo. Vencedora do Pulitzer de 2006 pela extensa investigação sobre locais secretos de detenção dos EUA ao redor do mundo, Dana deu início à sua palestra comentando técnicas e procedimentos usados em mais de 30 anos de trabalho no mesmo jornal.

"O poder não está na informação, está na informação compartilhada", dizem cineastas

Por Luan Ernesto Duarte

Foto: Beatriz Sanz
A indústria da comunicação tem crescido vertiginosamente e junto com ela surgiram novas formas de comunicar. A cineasta e publicitária Flavia Moraes, vencedora da Palma de Ouro do New York Film Festival, Clio Awards, Cannes Lions International e Fiap, colocou o pé na estrada para entender essas mudanças. Percorrendo redações e agências de inovação no Brasil e no mundo, registrou a opinião de especialistas na área da comunicação. O resultado disso ela apresentou no 10° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji neste sábado (4).

Referentes del periodismo político brindan herramientas para superar el fla-flu partidario

Por Ángela Reyes*

Foto: Isabel Silva
José Roberto Toledo, Bob Fernandes y Kennedy Alencar, tres referentes del periodismo político en Brasil, dieron en Abraji distintas herramientas para evitar el fla-flu partidario en la cobertura: mantener los principios de equilibrio, independencia e imparcialidad que rigen la actividad periodística, utilizar los datos numéricos como fuente de información además de los diálogos con las fuentes y someter a discusión el la regulación de los medios y su financiamiento.

Em crise, jornais impressos ainda têm recursos 'sugados' para manter suas versões digitais

Por Karine Seimoha

Foto: Isabel Silva
A crise levou os jornais impressos ao seu volume morto. Assim, as publicações em papel estão tendo que "emprestar" receita e esforços para tentar alavancar suas versões digitais. A análise foi feita pelo jornalista Leão Serva, colunista da Folha de S.Paulo. Ele traçou um panorama sobre a qualidade dos jornais impressos e dos jornais digitais, em aspectos como a qualidade das notícias, a formação dos jornalistas incumbidos de cada matéria e a composição da receita do veículo. Também abordou a nova forma de comportamento de algumas grandes publicações feitas em redes sociais.

'Liberdade não pode existir apenas para uma categoria de pessoa', diz sobrevivente do Charlie Hebdo

Por Natacha Mazzaro

Foto: Phillippe Watanabe
O chargista Laurent Sourisseau, um dos sobreviventes do ataque  ao jornal satírico francês Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos e 11 feridos, em janeiro, em Paris, disse hoje que o atentado não foi apenas contra os profissionais que fizeram desenhos sobre o Islâ e Maomé, mas contra a democracia e a liberdade em si. Cercado de um forte esquema de segurança, Sourisseau falou a jornalistas que participam do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Abraji, em São Paulo.

"Fazer humor é algo extremamente sensível. Quando se fala em Islã, pior ainda", disse o cartunista, conhecido como Riss, aos estudantes e jornalistas presentes. "O Charlie Hebdo pagou um preço alto por isso."

Participantes avaliam o 10º Congresso da Abraji

Por Ruam Oliveira

Foto: Bruno Martins 
O 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, que aconteceu nos dias 2, 3 e 4 de julho em São Paulo teve 72 painéis com os assuntos mais discutidos na mídia nacional e internacional. Com cerca de 120 palestrantes e 600 inscritos, o evento mesclou mesas, seminários e cursos para mais de 800 participantes - incluindo os palestrantes - de diferentes Estados, e do exterior.

'Histórias humanas' dependem de empatia e confiança com a fonte

Por Sara Abdo
Foto: Camila Andrade
Nas coberturas "duras" do jornalismo, sobre política e economia, a relação entre repórter e fonte é frequentemente marcada pela desconfiança, mas, para revelar histórias e perfis humanos, de pessoas muitas vezes distantes da realidade do leitor, é preciso confiança, acesso e empatia. São 'personagens' assim que emergem das reportagens de Fabiana Moraes, repórter do Jornal do Commercio, de Recife, em Pernambuco.

Ela conversou com jornalistas sobre a delicada relação repórter-fonte, no 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, em São Paulo. Fabiana usou como principal exemplo a experiência que teve durante a apuração da troca de sexo de Joicy, protagonista do livro lançado durante o evento. "Com cinco meses de reportagem me mostraram, várias vezes, que a relação não é delicada e nem estável." 

Para Grizotti, uso de câmaras escondidas em reportagens é benéfica para sociedade

Foto: Beatriz Sanz
Para Giovani Grizotti, repórter investigativo do programa jornalístico Fantástico, da Rede Globo, o uso de imagens escondidas em reportagens se justifica pelos benefícios que suas revelações geram à sociedade. Na visão do jornalista, o uso da câmara escondida em uma reportagem de denúncia passou de principal prova de um crime para elemento complementar no processo de apuração jornalística.

"O interesse público que está por trás de uma imagem torna ético o uso da câmara escondida", ressaltou o jornalista em painel do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Abraji, sob moderação de Fernando Molica.

Instituto Prensa y Sociedad crea base online de investigaciones de toda América Latina

Por Ángela Reyes*

Foto: Phillippe Watanabe
El Instituto Prensa y Sociedad (IPYS), una organización con base en Perú dedicada a promover el periodismo y la libertad de expresión en América Latina, creó una base digital que reúne investigaciones destacadas realizadas en la región durante 13 años. El objetivo, según explicó en Abraji su director, Ricardo Uceda, es presentar a periodistas, estudiantes y académicos herramientas para realizar buenas investigaciones a partir de ejemplos concretos.

Editor da Veja dá passo a passo de como construir uma grande-reportagem

Por Pâmela Ellen

Foto: Phillippe Watanabe
Para jogar luz em um caso esquecido e trazer a verdadeira história contextualizada à tona André Petry, editor da revista Veja, se debruçou durante seis meses na apuração da grande-reportagem "Terror silencioso", que aborda o assassinato do cineasta Eduardo Coutinho. Hoje, durante a mesa "Coutinho e o terror silencioso", no 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, o jornalista contou passo a passo como o trabalho foi produzido.

Prêmio de jornalismo destaca grandes reportagens produzidas por jovens estudantes

Por Letícia Ferreira
Foto: Phillippe Watanabe
Os estudantes de jornalismo tiveram um espaço privilegiado de debates durante do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. A "renovação do jornalismo" foi o tema da mesa que contou com a presença vencedores da edição de 2014 do Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, realizado pelo Instituto Vladimir Herzog, criado em 2009.

Experiências como as da estudante Paloma Rodrigues, que investigou o peso econômico e social das pensões pagas pelo governo a militares da reserva ligados à ditadura, foram debatidas por alunos e professores que se inscreveram para acompanhar o debate. Paloma enfatizou a oportunidade de realizar uma grande reportagem - algo que ela nunca tinha feito antes -, além da chance de lidar com o imprevisível. "Muita coisa mudou no meio do caminho e você precisa estar preparado para o que pode acontecer", disse.

Processos contra a imprensa levam a autocensura e inibem jornalismo investigativo

Por Juliana Domingos de Lima

Crédito: Camila Alvarenga
O hábito de processar a imprensa leva a autocensura, inibe o jornalismo investigativo e prejudica a liberdade de expressão. Com a internet, as pessoas "perderam" o direito de serem esquecidas. As redes sociais e as matérias publicadas nos sites mantêm indefinidamente o registro de casos que podem constrangê-las. Essa perenidade do conteúdo online fez aumentar as ações judiciais contra jornalistas nos últimos anos.

Emoção e multiplataformas são as apostas da Globo para Olimpíada do Rio


Por Caroline Monteiro

Foto: Camila Alvarenga
Não são só os atletas que precisam de preparação longa e intensa para um melhor desempenho durante os Jogos Olímpicos. Ainda em 2014, mais de dois anos antes da abertura, que acontece em agosto de 2016,  a equipe de jornalismo das grandes emissoras já está em aquecimento para a cobertura da primeira Olimpíada no Brasil. 

Foi sobre essa preparação que o jornalista Renato Ribeiro, responsável pelo projeto olímpico da Globo, falou em painel que debateu a inovação na cobertura em TV da Olimpíada de 2016, núltimo dia do Congresso da Abraji. "Estamos criando um evento multiplataforma, com três grandes plataformas integradas e trabalhando juntas."

Lava Jato: jornalistas contam sobre as dificuldades do furo durante a cobertura

Por Beatriz Atihe


Andréia Sadi, Juliano Basile e Sabrina Valle (Foto: Beatriz Sanz)
A dificuldade do furo e o contato com as fontes durante a apuração da Lava Jato foi tema de uma das mesas do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo neste sábado (4).  A repórter da sucursal de Brasília do jornal Folha de S.Paulo Andréia Sadi, que publicou uma das primeiras reportagens sobre o esquema. "A operação é um déjà vu constante, porque a transparência dificulta o furo. Então quem chega primeiro no documento é quem dá o furo", afirma.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Jornalistas experientes discutem seus maiores erros na imprensa

Por Isabel Silva


Nem mesmo a experiência de décadas de reportagem é capaz de livrar jornalistas consagrados de deslizes no noticiário. Superestimar e subestimar as avaliações estão entre os erros mais comuns dos profissionais que compartilham suas experiências na mesa "Ooooops! O que grandes jornalistas aprenderam com seus grandes erros", do 10° Congresso de Jornalismo Investigativo, hoje.

Para William Waack, âncora do Jornal da Globo, um dos principais erros que ele já cometeu foi subestimar a força que as ideias tem na cabeça das pessoas. O jornalista confessa que subestimou a força da religião e de determinados segmentos nacionalistas em alguns dos principais acontecimentos internacionais que cobriu.

Pública, Jota y Ponte revelan sus recetas para el periodismo independiente sustentable

Por Ángela Reyes*

Foto: Phillippe de Campos Thiers Watanabe
Tres medios brasileños de periodismo independiente, Pública, JOTA y PONTE, lograron volverse sustentables en momentos en que el modelo tradicional de negocios de la prensa enfrenta una seria crisis. La clave está, según sus fundadores, en las múltiples formas de financiamiento que permiten estos proyectos: donaciones, crowfunding, alianzas con organizaciones, cobro por el material e incluso (con mucho cuidado) uso de dinero público.

Para advogados, Judiciário usa delação premiada de forma arbitrária

Foto: Beatriz Sanz
Por Pâmela Ellen

Para alguns advogados criminalistas, a delação premiada vem sendo aplicada de forma arbitrária pelo Judiciário brasileiro. O professor de Direito Penal da USP David Azevedo e o advogado Fabio Tofic, representante de três executivos da Engevix no caso Lava Jato, ressaltam que o benefício concedido a políticos e empresários gera distorções e fere os princípios de justiça e igualdade.

Os especialistas participaram do painel "Direito de defesa e delação premiada na Lava Jato", realizado no 10º Congresso da Abraji, que também contou com uma mesa "Combate à corrupção e acesso à informação", com o juiz Sergio Moro.

Caso Nisman revela embate entre imprensa e governo na Argentina

Por Juliana Domingos de Lima

Foto: Gabi Bernd
No início de 2015, o assassinato do promotor argentino Alberto Nisman era um caldo em ebulição que prometia transbordar: horas antes de prestar um depoimento que implicaria o governo Kirchner num suposto acordo com o Irã para acobertar o atentado contra Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em Buenos Aires, em 1994, Nisman foi encontrado morto com um tiro na cabeça em seu apartamento. Jorge Lanata, jornalista-celebridade do Clarín, descreveu uma série de procedimentos que sucederam a morte e explicam por que o transbordo do caldo não aconteceu. Segundo Lanata, a polícia argentina esperou 4 horas para entrar no apartamento e alguém teve a ideia de buscar a mãe do promotor, a 40 km do local, para abrir a porta do local do crime, procedimentos muito incomuns logo após um assassinato.

Jornalismo esportivo é abordado de maneira mais crítica por veículos independentes

Por Letícia Ferreira
Foto: Beatriz Sanz
O jornalismo independente se tornou um campo de inovação de linguagem e de maneiras de financiar o desenvolvimento do trabalho jornalístico. Quando a pauta é esportiva, não é diferente.

Felipe Lobo, sub-editor do site Trivela e Fábio Chiorino, editor do blog ESPN FC e repórter do Esporte Final, participaram do painel 'Jornalismo Esportivo Independente', durante o 10º Congresso de Jornalismo Investigativo.

Apesar da LAI, acesso à informação piora em 2015

por Camila Alvarenga

Foto: Beatriz Sanz
Quase três quartos dos órgãos públicos consultados para a elaboração do Mapa de Acesso a Informações Públicas 2015 não responderam às perguntas realizadas. O resultado é pior que o obtido em 2007, ano em que a Abraji realizou pela primeira vez o levantamento junto aos três poderes. A expectativa da equipe responsável era de que os números fossem melhores neste ano, em função da Lei de Acesso à Informação (LAI), em vigor desde 2012.

Em crise, jornais impressos veem na tradição e na credibilidade a 'luz no fim do túnel'

Por Beatriz Atihe

Foto: Beatriz Sanz
Foto: Beatriz Sanz
O escritor britânico George Orwell dizia que a função do jornalismo é publicar aquilo que ninguém quer que seja publicado. A máxima foi usada pelo diretor de conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour, para explicar a relação da profissão com a sociedade nos dias de hoje. "Vivemos em uma sociedade em que tudo precisa dar certo e o jornalismo atrapalha. Conviver com o jornalista é conviver com o incômodo", disse no 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, em São Paulo.

Gaspari diz que imprensa 'comeu bola' no Fies

Por Karine Seimoha

Foto: Bruno Martins
Elio Gaspari, colunista da Folha de S.Paulo, veio hoje ao 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, em São Paulo, para falar de uma não-notícia: as mudanças do Financiamento Estudantil (Fies) ocorridas em 2010. Para ele, os jornalistas demoraram para perceber indícios de irregularidade no programa que custeia o estudo de milhares de jovens no Brasil.

Moro fala da Lava Jato e da relação com o jornalismo investigativo

Por Sara Abdo Rezende

Foto: Phillippe Watanabe
O juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro, falou nesta sexta-feira (3) a jornalistas que participam do 10 º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. Entrevistado por Roberto d'Ávila no palco do auditório da Universidade Anhembi-Morumbi, em São Paulo, o juiz se mostrou à vontade no papel de atração principal do evento, fazendo elogios à imprensa e defendendo os critérios da investigação.

A boa cobertura política deve confrontar quem está no poder, dizem repórteres

Leandro Souza e Rodrigo Rangel. Foto: Isabel Silva
Leandro Souza (à esq.) e Rodrigo Rangel. Foto: Isabel Silva
Por Helena Carvalho Mega 

A boa ​cobertura da política nacional, onde interesses e antagonismos estão constantemente em jogo, depende da capacidade de o jornalista filtrar quais informações merecerem virar notícia e saber questionar quem está no poder.

As conclusões são do repórter da Folha de S. Paulo Leonardo Souza e do editor da revista Veja Rodrigo Rangel, que participaram de painel sobre o tema no 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Abraji. A moderação foi realizada por Ricardo Galhardo, do Estadão.

Governo não tem plano para regularizar a mídia, diz secretário do Ministério da Comunicação

Por Keytyane Medeiros

Foto: Isabel Silva
Ainda não há um consenso sobre a regulação de rádio e TV no Brasil. O debate já se arrasta desde a época da redemocratização do país, em 1988, mas as posições sobre o tema continuam polarizadas e estiveram no debate "Lei de Meios: regulação ou censura?", realizado no 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji. Apesar da polêmica, todos concordam em um ponto: é preciso alterar as regras do jogo da comunicação, tanto no que diz respeito à concentração midiática quanto no que diz respeito à garantia da liberdade de expressão. 

Jornalistas discutem a representatividade negra na mídia e a ausência de negros nas redações

Por Beatriz Sanz


Foto: Camila Alvarenga
Segundo dados da pesquisa "Quem é o Jornalista Brasileiro", feita pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), apenas 5% dos profissionais da área são negros. Essa defasagem racial foi um dos temas tratados pela colunista do jornal O Globo e comentarista da Globo News, Flávia Oliveira, e pelo diretor da revista O Menelick 2º Ato, Nabor Jr., ambos negros, nascidos na periferia e com uma longa vivência no jornalismo.

Periodistas trabajan para mantener la cobertura de educación en primera plana

Por Ángela Reyes*

 Foto: Phillippe Watanabe  
La presidenta Dilma Rousseff le asignó a la educación un lugar preponderante al definir el slogan que guiará su segundo mandato: “Brasil Patria Educadora”. La población también reconoce la importancia de este tema, pero en los hechos elige informarse más sobre otros asuntos y es difícil lograr una cobertura que impacte en el debate público. Periodistas discuten la realidad y muestran herramientas para elaborar artículos de calidad: análisis de datos, pedidos de información, 
reportajes.   

Jornalista peruana ensina a sobreviver como repórter freelancer

Por Mariana Bananal

Foto: Tamiris Gomes
Com as mudanças que ocorrem dentro das redações em todo o mundo, o jornalismo freelancer cada vez mais é uma alternativa para os profissionais continuarem no mercado e ganharem dinheiro. Embora existam dilemas sobre a prática, já que as condições de trabalho podem ser precárias, a jornalista peruana Verónica Goyzueta, correspondente internacional freelancer no Brasil, aponta os melhores caminhos para sobreviver nesta função. 

Pesquisadora aponta desafios na trajetória de atletas olímpicos brasileiros

Por Ruam Oliveira


Foto: Camila Andrade
O Brasil sediará as próximas Olimpíadas em 2016, mas até lá existe um longo caminho a ser percorrido. Principalmente no que diz respeito aos atletas de alto rendimento, que necessitam, de muitos anos de incentivo e treinamento.

A professora Kátia Rubio, da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP), está prestes a lançar seu livro "Atletas do Brasil Olímpico" - composto por entrevistas sobre as trajetórias de vida de atletas que representaram o país nas Olimpíadas.

Brio e #JornalistasLivres: apostas para superar a crise do mercado jornalístico

por Jeniffer Mendonça

Foto: Isabel Flávia da Silva
O índice dos chamados "passaralhos" em grandes empresas só aumenta. De 2012 a junho de 2015, foram contabilizadas cerca de 1.084 demissões de jornalistas em pelo menos 50 redações de acordo com o projeto Volt Data Lab. Os números assustam quem segue na área, mas se tornam também uma alavanca para a procura de novas alternativas. "Em meio a esse crise, as plataformas em rede são o futuro para o jornalismo independente", disse o jornalista Matheus Leitão em palestra ao 10°. Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji.

É preciso conhecer o Direito para cobrir o tema de forma precisa, diz promotor

Por Beatriz Quesada

Foto: Camila Alvarenga
Com 19 anos de carreira, o promotor de justiça em São Paulo e vice-presidente do Movimento do Ministério Público Democrático, discutiu a atuação da mídia e a cobertura jornalística em casos penais e ainda esclareceu ainda termos específicos da área jurídica e aspectos gerais da evolução da ação da justiça.

O promotor afirmou que a Justiça precisa de um tempo de maturação que nem sempre é aceito pelo ritmo do jornalismo. Para ele, o princípio fundamental que deve ser seguido tanto pelo Direito quanto pelo jornalismo é o bom senso: não se pode expor alguém ou classifica-lo como culpado antes do fim do processo legal: "Jornalista não é juiz", afirma.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Estudantes pesquisam formas de perseguição e violência contra jornalistas


Por Phillippe Watanabe


Foto: Phillippe Watanabe
Um jornalista precisa se acostumar com ameaças e, ao mesmo tempo, entender que uma pauta nunca valerá uma vida. Essa é a opinião unânime entre as fontes ouvidas por um grupo de estudantes da Anhembi-Morumbi para seu trabalho de conclusão de curso.

Documentários ganham espaço no jornalismo investigativo


Por Jeniffer Mendonça


Foto: Camila Alvarenga
Em 2010, a produção de documentários atingiu cerca de 40 títulos, de acordo com a Revista 'Filme B'. Em meio a esse aumento, como o jornalismo tem se apropriado da linguagem audiovisual e cinematográfica para se comunicar com o público? Para o jornalista Pedro Rocha, do Coletivo Nigéria, o "formato dos telejornais está desgastado" e o documentário surge como uma alternativa para abordar questões "pouco cobertas" na mídia tradicional, que muitas vezes é “conservadora”.

Partindo desse contraponto, Carlos Juliano Barros, da ONG Repórter Brasil, afirma que a sociedade do século 21 vive um momento "embrionário e nebuloso". O investimento em produções audiovisuais determina os principais temas de discussão, mas, ao mesmo tempo, "gera uma crise de narrativa, em que a imagem supera a informação", contou em painel apresentado no 10º. Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji.

O desafio de traduzir o intrincado mundo do jornalismo científico para o leitor

Por Luan Ernesto Duarte

Foto: Alice Vergueiro 
Escapar do lobby das assessorias de centros de pesquisa, laboratórios e empresas privadas é só o primeiro desafio para jornalistas que se aventuram a cobrir uma das áreas mais técnicas da profissão: o jornalismo científico. Num mercado editorial cada vez mais marcado pela ligeireza, repórteres de publicações e editorias de Ciências discutiram hoje formas de destrinchar esse mundo para o público em geral, durante o 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, em São Paulo.

Clóvis Rossi e Cláudio W. Abramo são os homenageados no 10º Congresso da Abraji

Por Luana Freire

Foto: Alice Vergueiro
O jornalista Clóvis Rossi, colunista da Folha de S. Paulo, e Claudio Weber Abramo, vice-presidente da Transparência Brasil, foram os grandes homenageados do 10º Congresso de Internacional de Jornalismo Investigativo, realizado pela Abraji, em São Paulo.

O presidente da Associação, José Roberto de Toledo, e o ex-presidente, Fernando Rodrigues, destacaram os esforços de Abramo na criação da Lei de Acesso à Informação no Brasil. Para Rodrigues, Abramo fez valer a máxima segundo a qual "o melhor desinfetante contra a corrupção é a luz do sol".

Estudantes de jornalismo cobrem em tempo real o Congresso da Abraji

Da Redação

Foto: Alice Vergueiro
Uma redação laboratorial com 20 estudantes e 10 editores faz a cobertura de todas as atividades do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, que acontece nos dias 2, 3 e 4 de julho, em São Paulo. A equipe é composta por estudantes universitários que participaram dos últimos módulos do Repórter do Futuro. O projeto foi idealizado pela Oboré e se desenvolve hoje em parceria com a Abraji e inúmeras organizações parceiras.

Es necesario un mayor esfuerzo para comprender a la Amazonia y sus habitantes, dice Eliane Brum

Por Ángela Reyes*

Foto: Camila Andrade
Para hacer buenos reportajes sobre la Amazonia, lo primero que hay que entender es que “no existe una Amazonia, sino varias” y serían necesarias múltiples vidas para conocerlas todas en profundidad, explicó durante su presentación en Abraji la reconocida periodista Eliane Brum.

Revelando as histórias 'de mentirinha' da publicidade cor-de-rosa

Por Natacha Mazzaro


Foto: Bruno Martins
Toda marca publicitária quer ter uma bela história para vender sobre si mesma. O problema é que nem sempre é verdade. Conhecida no mundo do marketing como storytelling, essas historinhas seduzem os consumidores e dão força contra a concorrência, mesmo quando são pura fantasia.

A jornalista Ana Luiza Leal revelou o truque dos publicitários na matéria "Toda empresa quer ter uma boa história. Algumas são mentiras", publicada no final do ano passado na revista Exame. Em palestra no 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, a repórter explicou como se deu o processo de quatro meses de apuração, no qual descobriu que a famosa historinha contada pela fabricante de sorvete paulistana Dilletto era falsa e que o fornecedor de laranjas fresquinhas vindas do interior de São Paulo da marca de suco Do Bem, nunca existiu.

'Publicidade nativa' atrai receita, mas ainda provoca desconfiança nas redações

Por Isabel Silva

Foto: Isabel Silva
A última fronteira do avanço da publicidade sobre o jornalismo é o chamado "native ad", quando anúncios e notícias podem se confundir aos olhos de alguns leitores. Com a receita ameaçada, grandes publicações começam a testar o novo formato, conseguindo um respiro de alívio para as contas, mas também lançando dúvidas sobre os limites desta simbiose.

Roberto Dias, secretário-assistente de redação da Folha de S.Paulo, e Kátia Militello, diretora de departamento de projetos especiais da Editora Abril, discutiram os rumos da publicidade nativa dentro da atividade jornalística, hoje, no 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. A mesa foi mediada pelo jornalista Nelson de Sá, colunista da Folha.

Editor de la revista peruana 'Etiqueta Negra' habla de las claves para un buen perfil

Por Ángela Reyes*

Foto: Divulgação
El lector es un enigma, es un traidor, es un infiel. Al finalizar de leer un artículo, sin importar cuál sea el tema o la longitud, solo recuerda uno o dos detalles. Por eso, dice Julio Villanueva Chang, director de la revista peruana Etiqueta Negra, la pregunta fundamental a la hora de elaborar un perfil es: "¿Cómo organizamos el recuerdo de los lectores?".

Dados oficiais e assessorias nem sempre ajudam na cobertura de segurança pública

Por Helena Carvalho Mega

Foto: Alice Vergueiro
Jornalistas que cobrem segurança pública costumam lidar com as assessorias de imprensa mais ‘complicadas’. Isto porque elas estão povoadas de veteranos, profissionais com experiência na área que conhecem a fundo o funcionamento dos veículos e a forma de trabalho e investigação de repórteres. E por isso, possuem facilidade em dificultar o acesso e a visualização de dados quando convém ao assessorado.

Como preservar arquivos digitais

Por Mariana Bananal 


Foto: Alice Vergueiro
Saber organizar informações é fundamental para a realização de uma boa reportagem. No ambiente digital, onde os documentos e dados se espalham de uma maneira acelerada, a prática do arquivamento garante agilidade ao trabalho jornalístico, que se torna também mais eficiente. “O arquivo só é bom quando você consegue mantê-lo íntegro e acessível”, garante Ana Célia Navarro, presidente da Associação de Arquivistas de São Paulo e docente da PUC-SP, durante sua participação no 10º Congresso de Jornalismo Investigativo promovido pela Abraji, em São Paulo.

Escritores falam da delicada relação entre literatura e reportagem

Por Keytyane Medeiros

Foto: Bruno Martins
Enquanto escrevia seu mais novo romance, "Que mistério tem Clarice?", o jornalista, cientista político e escritor Sérgio Abranches diz ter feito um "esforço para que o lead não matasse a história". O autor se referia ao primeiro parágrafo de um texto, que, no jornalismo, serve para apresentar os fatos da forma mais direta possível. As dúvidas e dilemas de Abranches foram postas à mesa, hoje, no debate "Jornalistas na Literatura", ao lado da economista, jornalista e comentarista Miriam Leitão (Globo/CBN) e da escritora e repórter especial Adriana Carranca (Estadão).

Investigação jornalística revelou segredo de 35 anos da ditadura

Por Pâmela Ellen

Foto: Alice Vergueiro
Foram 12 anos de investigação para que a jornalista Daniela Arbex conseguisse reconstituir os últimos passos do guerrilheiro Milton Soares de Castro no livro "Cova 312". Torturado e assassinado em 28 de abril de 1967, nos porões da Penitenciária Política de Linhares, a história de Milton continuava incompleta 35 anos depois da sua morte.

Universidade e movimentos sociais: estudantes debatem os bastidores das reportagens

Por Camila Alvarenga

Foto: Camila Alvarenga
Foi lendo um especial do jornal cearense, "O Diário do Nordeste", que a estudante Bárbara Rocha, da Universidade Federal do Ceará, conheceu a personagem que iria inspirar o seu primeiro grande desafio: o trabalho de conclusão de curso, essencial para se formar em jornalismo. A história de Pequena, primeira cacique do Brasil, da tribo Jenipapo-Kanindé, localizada na região metropolitana de Fortaleza, foi contada no livro-reportagem "Mulheres da Encantada", que aborda ainda as histórias de outras mulheres da tribo.

Cobertura do Poder Judiciário é mal explorada pela imprensa, diz fundador do Jota

Por Letícia Ferreira

Foto: Alice Vergueiro
Um poder pouco questionado pelo jornalismo. É assim que Felipe Recondo, jornalista e sócio-fundador do site de notícias jurídicas Jota, vê as pautas de cobertura do Poder Judiciário brasileiro. Para ele, essa área ainda representa um grande desafio não apenas para a imprensa, mas para outros setores da sociedade que pretendem questionar a Justiça.