sexta-feira, 3 de julho de 2015

Pesquisadora aponta desafios na trajetória de atletas olímpicos brasileiros

Por Ruam Oliveira


Foto: Camila Andrade
O Brasil sediará as próximas Olimpíadas em 2016, mas até lá existe um longo caminho a ser percorrido. Principalmente no que diz respeito aos atletas de alto rendimento, que necessitam, de muitos anos de incentivo e treinamento.

A professora Kátia Rubio, da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP), está prestes a lançar seu livro "Atletas do Brasil Olímpico" - composto por entrevistas sobre as trajetórias de vida de atletas que representaram o país nas Olimpíadas.
Durante sessão do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, a professora contou um pouco de sua experiência e dos caminhos percorridos até concretizar o projeto do livro. "Fui em busca dos medalhistas brasileiros (...) quando eu ouvi as histórias desses homens e mulheres, eu consegui perceber a dinâmica do esporte atual". Para ela, é mais curioso "quando ouvimos a história do ponto de vista do protagonista, que é o esportista".

Na palestra, ela afirmou ainda que a cobertura esportiva na mídia brasileira muitas vezes prioriza assuntos periféricos como negociatas, relações comerciais entre patrocinadores e confederações e outros temas em detrimento do que deveria ser o centro das atenções - o próprio atleta. "Se discute tudo, menos o atleta (...) Não existe esporte sem atleta". Para a pesquisadora, o caminho que deve ser seguido e que é pouco explorado seria mostrar o esportista como o mais importante.

Dentre os nomes que mais lhe marcaram durante a produção do livro, Rubio citou o caso de Ademar Ferreira da Silva, atleta de origem humilde, bicampeão olímpico e tricampeão dos jogos Panamericanos. E apontou que observar estas histórias é o que de fato há de mais importante a ser feito, principalmente a história dos esportistas que perdem, algo que aborda em seu livro. "A história dos medalhistas é fácil de contar, porque elas tem um final feliz, mas dos que perdem não", afirma.

Kátia Rubio demonstrou preocupação inclusive com os atletas aposentados e em como continuam a vida após saírem de cena, e sugeriu um termo mais adequado para designá-los na cobertura de esportes. "Um atleta não deixa de ser atleta(...). Nunca chame um atleta de ex-atleta, mas de pós-atleta".

O 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo é uma realização da Abraji e da Universidade Anhembi Morumbi com o patrocínio do Google, O Globo, Estadão, Folha de S. Paulo, Gol, Itaú, Oi, TAM, Twitter e UOL, e apoio da ABERT (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), ANJ (Associação Nacional de Jornais), Comunique-se, Conspiração, Consulado Geral dos Estados Unidos no Brasil, FAAP, Fórum de Direitos de Acesso à Informações Públicas, Jornalistas & Cia., Knight Center for Journalism in the Americas, OBORÉ Projetos Especiais, Textual e UNESCO. Desde sua 5ª edição, a cobertura oficial é realizada por estudantes do Repórter do Futuro, sob a tutela de coordenadores do Projeto e diretores da Abraji.

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