sábado, 4 de julho de 2015

Cobertura de guerras, desastres e epidemias requer iniciativa e coragem do repórter

Por Luana Freire


Foto: Bruno Martins
Para fazer "coberturas extremas" o interesse tem de partir do jornalista e não do veículo de comunicação em que trabalha. É o que aconselham Patrícia Campos Mello, repórter-especial da Folha de S. Paulo e Luiz Antônio Araújo, editor do jornal Zero Hora, que discutiram o trabalho de reportagem no exterior no 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, hoje, em São Paulo.

"O repórter tem de correr atrás, mostrar para seu editor o que quer e qual sua proposta", afirma Patrícia, que no ano passado, ao lado do repórter fotográfico Avener Prado, ficou por doze dias fazendo a cobertura especial sobre a epidemia de ebola, em Serra Leoa.

O jornalismo investigativo pode ajudar o trabalho policial

Por Helena Carvalho Mega

O repórter não autorizou a divulgação da sua imagem
Foto: Isabel Silva
Com perseverança, o jornalismo investigativo pode auxiliar no trabalho policial. Prova disso é o famoso caso do ex-médico Roger Abdelmassih, que foi um dos homens mais procurados do Brasil, preso em agosto de 2014. Após mais de três anos foragido, a sua captura no Paraguai foi fruto de uma cooperação entre jornalistas da TV Record, o Ministério Publico e a Polícia Federal, que trocavam informações a respeito do seu paradeiro.

Para jornalistas, documentos da Lava Jato na web são exemplo de transparência

Por Camila Alvarenga


Foto: Phillipe Watanabe
Das várias inovações que a investigação da Operação Lava Jato trouxe, uma foi a publicação dos documentos do processo na internet. A mando do juiz do caso, Sérgio Moro, todas as informações referentes ao processo estão disponíveis no site do Tribunal Regional Federal - 4ª Região, algo, até então, exclusivo ao Supremo Tribunal Federal (STF). Isso possibilitou à imprensa acompanhar de perto o caso, justamente por possuir muitas e detalhadas informações.

Congresso joga luz sobre o primeiro caso de jornalista esportivo assassinado no Brasil

Por Keytyane Medeiros


Beatriz Santos
Na véspera, de completar 3 anos do assassinato do jornalista esportivo e apresentador Valério Luiz Oliveira, o advogado e filho da vítima, Valério Luiz Oliveira Filho revelou detalhes sobre o caso durante o painel "Violência contra jornalistas" realizado no 10º Congresso de Jornalismo Investigativo promovido pela Abraji.

Repórter que descobriu detenções secretas americanas encerra 10º Congresso da Abraji

Por Sara Abdo e equipe


Foto: Phillippe Watanabe
A repórter e escritora americana Dana Priest, do The Washington Post, encerrá hoje as mais de 30 horas do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, que reuniu durante três dias em São Paulo, alguns dos maiores nomes do jornalismo. Vencedora do Pulitzer de 2006 pela extensa investigação sobre locais secretos de detenção dos EUA ao redor do mundo, Dana deu início à sua palestra comentando técnicas e procedimentos usados em mais de 30 anos de trabalho no mesmo jornal.

"O poder não está na informação, está na informação compartilhada", dizem cineastas

Por Luan Ernesto Duarte

Foto: Beatriz Sanz
A indústria da comunicação tem crescido vertiginosamente e junto com ela surgiram novas formas de comunicar. A cineasta e publicitária Flavia Moraes, vencedora da Palma de Ouro do New York Film Festival, Clio Awards, Cannes Lions International e Fiap, colocou o pé na estrada para entender essas mudanças. Percorrendo redações e agências de inovação no Brasil e no mundo, registrou a opinião de especialistas na área da comunicação. O resultado disso ela apresentou no 10° Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji neste sábado (4).

Referentes del periodismo político brindan herramientas para superar el fla-flu partidario

Por Ángela Reyes*

Foto: Isabel Silva
José Roberto Toledo, Bob Fernandes y Kennedy Alencar, tres referentes del periodismo político en Brasil, dieron en Abraji distintas herramientas para evitar el fla-flu partidario en la cobertura: mantener los principios de equilibrio, independencia e imparcialidad que rigen la actividad periodística, utilizar los datos numéricos como fuente de información además de los diálogos con las fuentes y someter a discusión el la regulación de los medios y su financiamiento.

Em crise, jornais impressos ainda têm recursos 'sugados' para manter suas versões digitais

Por Karine Seimoha

Foto: Isabel Silva
A crise levou os jornais impressos ao seu volume morto. Assim, as publicações em papel estão tendo que "emprestar" receita e esforços para tentar alavancar suas versões digitais. A análise foi feita pelo jornalista Leão Serva, colunista da Folha de S.Paulo. Ele traçou um panorama sobre a qualidade dos jornais impressos e dos jornais digitais, em aspectos como a qualidade das notícias, a formação dos jornalistas incumbidos de cada matéria e a composição da receita do veículo. Também abordou a nova forma de comportamento de algumas grandes publicações feitas em redes sociais.

'Liberdade não pode existir apenas para uma categoria de pessoa', diz sobrevivente do Charlie Hebdo

Por Natacha Mazzaro

Foto: Phillippe Watanabe
O chargista Laurent Sourisseau, um dos sobreviventes do ataque  ao jornal satírico francês Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos e 11 feridos, em janeiro, em Paris, disse hoje que o atentado não foi apenas contra os profissionais que fizeram desenhos sobre o Islâ e Maomé, mas contra a democracia e a liberdade em si. Cercado de um forte esquema de segurança, Sourisseau falou a jornalistas que participam do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Abraji, em São Paulo.

"Fazer humor é algo extremamente sensível. Quando se fala em Islã, pior ainda", disse o cartunista, conhecido como Riss, aos estudantes e jornalistas presentes. "O Charlie Hebdo pagou um preço alto por isso."

Participantes avaliam o 10º Congresso da Abraji

Por Ruam Oliveira

Foto: Bruno Martins 
O 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, que aconteceu nos dias 2, 3 e 4 de julho em São Paulo teve 72 painéis com os assuntos mais discutidos na mídia nacional e internacional. Com cerca de 120 palestrantes e 600 inscritos, o evento mesclou mesas, seminários e cursos para mais de 800 participantes - incluindo os palestrantes - de diferentes Estados, e do exterior.

'Histórias humanas' dependem de empatia e confiança com a fonte

Por Sara Abdo
Foto: Camila Andrade
Nas coberturas "duras" do jornalismo, sobre política e economia, a relação entre repórter e fonte é frequentemente marcada pela desconfiança, mas, para revelar histórias e perfis humanos, de pessoas muitas vezes distantes da realidade do leitor, é preciso confiança, acesso e empatia. São 'personagens' assim que emergem das reportagens de Fabiana Moraes, repórter do Jornal do Commercio, de Recife, em Pernambuco.

Ela conversou com jornalistas sobre a delicada relação repórter-fonte, no 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, em São Paulo. Fabiana usou como principal exemplo a experiência que teve durante a apuração da troca de sexo de Joicy, protagonista do livro lançado durante o evento. "Com cinco meses de reportagem me mostraram, várias vezes, que a relação não é delicada e nem estável." 

Para Grizotti, uso de câmaras escondidas em reportagens é benéfica para sociedade

Foto: Beatriz Sanz
Para Giovani Grizotti, repórter investigativo do programa jornalístico Fantástico, da Rede Globo, o uso de imagens escondidas em reportagens se justifica pelos benefícios que suas revelações geram à sociedade. Na visão do jornalista, o uso da câmara escondida em uma reportagem de denúncia passou de principal prova de um crime para elemento complementar no processo de apuração jornalística.

"O interesse público que está por trás de uma imagem torna ético o uso da câmara escondida", ressaltou o jornalista em painel do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Abraji, sob moderação de Fernando Molica.

Instituto Prensa y Sociedad crea base online de investigaciones de toda América Latina

Por Ángela Reyes*

Foto: Phillippe Watanabe
El Instituto Prensa y Sociedad (IPYS), una organización con base en Perú dedicada a promover el periodismo y la libertad de expresión en América Latina, creó una base digital que reúne investigaciones destacadas realizadas en la región durante 13 años. El objetivo, según explicó en Abraji su director, Ricardo Uceda, es presentar a periodistas, estudiantes y académicos herramientas para realizar buenas investigaciones a partir de ejemplos concretos.

Editor da Veja dá passo a passo de como construir uma grande-reportagem

Por Pâmela Ellen

Foto: Phillippe Watanabe
Para jogar luz em um caso esquecido e trazer a verdadeira história contextualizada à tona André Petry, editor da revista Veja, se debruçou durante seis meses na apuração da grande-reportagem "Terror silencioso", que aborda o assassinato do cineasta Eduardo Coutinho. Hoje, durante a mesa "Coutinho e o terror silencioso", no 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, o jornalista contou passo a passo como o trabalho foi produzido.

Prêmio de jornalismo destaca grandes reportagens produzidas por jovens estudantes

Por Letícia Ferreira
Foto: Phillippe Watanabe
Os estudantes de jornalismo tiveram um espaço privilegiado de debates durante do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. A "renovação do jornalismo" foi o tema da mesa que contou com a presença vencedores da edição de 2014 do Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, realizado pelo Instituto Vladimir Herzog, criado em 2009.

Experiências como as da estudante Paloma Rodrigues, que investigou o peso econômico e social das pensões pagas pelo governo a militares da reserva ligados à ditadura, foram debatidas por alunos e professores que se inscreveram para acompanhar o debate. Paloma enfatizou a oportunidade de realizar uma grande reportagem - algo que ela nunca tinha feito antes -, além da chance de lidar com o imprevisível. "Muita coisa mudou no meio do caminho e você precisa estar preparado para o que pode acontecer", disse.

Processos contra a imprensa levam a autocensura e inibem jornalismo investigativo

Por Juliana Domingos de Lima

Crédito: Camila Alvarenga
O hábito de processar a imprensa leva a autocensura, inibe o jornalismo investigativo e prejudica a liberdade de expressão. Com a internet, as pessoas "perderam" o direito de serem esquecidas. As redes sociais e as matérias publicadas nos sites mantêm indefinidamente o registro de casos que podem constrangê-las. Essa perenidade do conteúdo online fez aumentar as ações judiciais contra jornalistas nos últimos anos.

Emoção e multiplataformas são as apostas da Globo para Olimpíada do Rio


Por Caroline Monteiro

Foto: Camila Alvarenga
Não são só os atletas que precisam de preparação longa e intensa para um melhor desempenho durante os Jogos Olímpicos. Ainda em 2014, mais de dois anos antes da abertura, que acontece em agosto de 2016,  a equipe de jornalismo das grandes emissoras já está em aquecimento para a cobertura da primeira Olimpíada no Brasil. 

Foi sobre essa preparação que o jornalista Renato Ribeiro, responsável pelo projeto olímpico da Globo, falou em painel que debateu a inovação na cobertura em TV da Olimpíada de 2016, núltimo dia do Congresso da Abraji. "Estamos criando um evento multiplataforma, com três grandes plataformas integradas e trabalhando juntas."

Lava Jato: jornalistas contam sobre as dificuldades do furo durante a cobertura

Por Beatriz Atihe


Andréia Sadi, Juliano Basile e Sabrina Valle (Foto: Beatriz Sanz)
A dificuldade do furo e o contato com as fontes durante a apuração da Lava Jato foi tema de uma das mesas do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo neste sábado (4).  A repórter da sucursal de Brasília do jornal Folha de S.Paulo Andréia Sadi, que publicou uma das primeiras reportagens sobre o esquema. "A operação é um déjà vu constante, porque a transparência dificulta o furo. Então quem chega primeiro no documento é quem dá o furo", afirma.