sexta-feira, 3 de julho de 2015

Jornalistas experientes discutem seus maiores erros na imprensa

Por Isabel Silva


Nem mesmo a experiência de décadas de reportagem é capaz de livrar jornalistas consagrados de deslizes no noticiário. Superestimar e subestimar as avaliações estão entre os erros mais comuns dos profissionais que compartilham suas experiências na mesa "Ooooops! O que grandes jornalistas aprenderam com seus grandes erros", do 10° Congresso de Jornalismo Investigativo, hoje.

Para William Waack, âncora do Jornal da Globo, um dos principais erros que ele já cometeu foi subestimar a força que as ideias tem na cabeça das pessoas. O jornalista confessa que subestimou a força da religião e de determinados segmentos nacionalistas em alguns dos principais acontecimentos internacionais que cobriu.

Pública, Jota y Ponte revelan sus recetas para el periodismo independiente sustentable

Por Ángela Reyes*

Foto: Phillippe de Campos Thiers Watanabe
Tres medios brasileños de periodismo independiente, Pública, JOTA y PONTE, lograron volverse sustentables en momentos en que el modelo tradicional de negocios de la prensa enfrenta una seria crisis. La clave está, según sus fundadores, en las múltiples formas de financiamiento que permiten estos proyectos: donaciones, crowfunding, alianzas con organizaciones, cobro por el material e incluso (con mucho cuidado) uso de dinero público.

Para advogados, Judiciário usa delação premiada de forma arbitrária

Foto: Beatriz Sanz
Por Pâmela Ellen

Para alguns advogados criminalistas, a delação premiada vem sendo aplicada de forma arbitrária pelo Judiciário brasileiro. O professor de Direito Penal da USP David Azevedo e o advogado Fabio Tofic, representante de três executivos da Engevix no caso Lava Jato, ressaltam que o benefício concedido a políticos e empresários gera distorções e fere os princípios de justiça e igualdade.

Os especialistas participaram do painel "Direito de defesa e delação premiada na Lava Jato", realizado no 10º Congresso da Abraji, que também contou com uma mesa "Combate à corrupção e acesso à informação", com o juiz Sergio Moro.

Caso Nisman revela embate entre imprensa e governo na Argentina

Por Juliana Domingos de Lima

Foto: Gabi Bernd
No início de 2015, o assassinato do promotor argentino Alberto Nisman era um caldo em ebulição que prometia transbordar: horas antes de prestar um depoimento que implicaria o governo Kirchner num suposto acordo com o Irã para acobertar o atentado contra Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em Buenos Aires, em 1994, Nisman foi encontrado morto com um tiro na cabeça em seu apartamento. Jorge Lanata, jornalista-celebridade do Clarín, descreveu uma série de procedimentos que sucederam a morte e explicam por que o transbordo do caldo não aconteceu. Segundo Lanata, a polícia argentina esperou 4 horas para entrar no apartamento e alguém teve a ideia de buscar a mãe do promotor, a 40 km do local, para abrir a porta do local do crime, procedimentos muito incomuns logo após um assassinato.

Jornalismo esportivo é abordado de maneira mais crítica por veículos independentes

Por Letícia Ferreira
Foto: Beatriz Sanz
O jornalismo independente se tornou um campo de inovação de linguagem e de maneiras de financiar o desenvolvimento do trabalho jornalístico. Quando a pauta é esportiva, não é diferente.

Felipe Lobo, sub-editor do site Trivela e Fábio Chiorino, editor do blog ESPN FC e repórter do Esporte Final, participaram do painel 'Jornalismo Esportivo Independente', durante o 10º Congresso de Jornalismo Investigativo.

Apesar da LAI, acesso à informação piora em 2015

por Camila Alvarenga

Foto: Beatriz Sanz
Quase três quartos dos órgãos públicos consultados para a elaboração do Mapa de Acesso a Informações Públicas 2015 não responderam às perguntas realizadas. O resultado é pior que o obtido em 2007, ano em que a Abraji realizou pela primeira vez o levantamento junto aos três poderes. A expectativa da equipe responsável era de que os números fossem melhores neste ano, em função da Lei de Acesso à Informação (LAI), em vigor desde 2012.

Em crise, jornais impressos veem na tradição e na credibilidade a 'luz no fim do túnel'

Por Beatriz Atihe

Foto: Beatriz Sanz
Foto: Beatriz Sanz
O escritor britânico George Orwell dizia que a função do jornalismo é publicar aquilo que ninguém quer que seja publicado. A máxima foi usada pelo diretor de conteúdo do Grupo Estado, Ricardo Gandour, para explicar a relação da profissão com a sociedade nos dias de hoje. "Vivemos em uma sociedade em que tudo precisa dar certo e o jornalismo atrapalha. Conviver com o jornalista é conviver com o incômodo", disse no 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, em São Paulo.

Gaspari diz que imprensa 'comeu bola' no Fies

Por Karine Seimoha

Foto: Bruno Martins
Elio Gaspari, colunista da Folha de S.Paulo, veio hoje ao 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, em São Paulo, para falar de uma não-notícia: as mudanças do Financiamento Estudantil (Fies) ocorridas em 2010. Para ele, os jornalistas demoraram para perceber indícios de irregularidade no programa que custeia o estudo de milhares de jovens no Brasil.

Moro fala da Lava Jato e da relação com o jornalismo investigativo

Por Sara Abdo Rezende

Foto: Phillippe Watanabe
O juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro, falou nesta sexta-feira (3) a jornalistas que participam do 10 º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. Entrevistado por Roberto d'Ávila no palco do auditório da Universidade Anhembi-Morumbi, em São Paulo, o juiz se mostrou à vontade no papel de atração principal do evento, fazendo elogios à imprensa e defendendo os critérios da investigação.

A boa cobertura política deve confrontar quem está no poder, dizem repórteres

Leandro Souza e Rodrigo Rangel. Foto: Isabel Silva
Leandro Souza (à esq.) e Rodrigo Rangel. Foto: Isabel Silva
Por Helena Carvalho Mega 

A boa ​cobertura da política nacional, onde interesses e antagonismos estão constantemente em jogo, depende da capacidade de o jornalista filtrar quais informações merecerem virar notícia e saber questionar quem está no poder.

As conclusões são do repórter da Folha de S. Paulo Leonardo Souza e do editor da revista Veja Rodrigo Rangel, que participaram de painel sobre o tema no 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Abraji. A moderação foi realizada por Ricardo Galhardo, do Estadão.

Governo não tem plano para regularizar a mídia, diz secretário do Ministério da Comunicação

Por Keytyane Medeiros

Foto: Isabel Silva
Ainda não há um consenso sobre a regulação de rádio e TV no Brasil. O debate já se arrasta desde a época da redemocratização do país, em 1988, mas as posições sobre o tema continuam polarizadas e estiveram no debate "Lei de Meios: regulação ou censura?", realizado no 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji. Apesar da polêmica, todos concordam em um ponto: é preciso alterar as regras do jogo da comunicação, tanto no que diz respeito à concentração midiática quanto no que diz respeito à garantia da liberdade de expressão. 

Jornalistas discutem a representatividade negra na mídia e a ausência de negros nas redações

Por Beatriz Sanz


Foto: Camila Alvarenga
Segundo dados da pesquisa "Quem é o Jornalista Brasileiro", feita pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), apenas 5% dos profissionais da área são negros. Essa defasagem racial foi um dos temas tratados pela colunista do jornal O Globo e comentarista da Globo News, Flávia Oliveira, e pelo diretor da revista O Menelick 2º Ato, Nabor Jr., ambos negros, nascidos na periferia e com uma longa vivência no jornalismo.

Periodistas trabajan para mantener la cobertura de educación en primera plana

Por Ángela Reyes*

 Foto: Phillippe Watanabe  
La presidenta Dilma Rousseff le asignó a la educación un lugar preponderante al definir el slogan que guiará su segundo mandato: “Brasil Patria Educadora”. La población también reconoce la importancia de este tema, pero en los hechos elige informarse más sobre otros asuntos y es difícil lograr una cobertura que impacte en el debate público. Periodistas discuten la realidad y muestran herramientas para elaborar artículos de calidad: análisis de datos, pedidos de información, 
reportajes.   

Jornalista peruana ensina a sobreviver como repórter freelancer

Por Mariana Bananal

Foto: Tamiris Gomes
Com as mudanças que ocorrem dentro das redações em todo o mundo, o jornalismo freelancer cada vez mais é uma alternativa para os profissionais continuarem no mercado e ganharem dinheiro. Embora existam dilemas sobre a prática, já que as condições de trabalho podem ser precárias, a jornalista peruana Verónica Goyzueta, correspondente internacional freelancer no Brasil, aponta os melhores caminhos para sobreviver nesta função. 

Pesquisadora aponta desafios na trajetória de atletas olímpicos brasileiros

Por Ruam Oliveira


Foto: Camila Andrade
O Brasil sediará as próximas Olimpíadas em 2016, mas até lá existe um longo caminho a ser percorrido. Principalmente no que diz respeito aos atletas de alto rendimento, que necessitam, de muitos anos de incentivo e treinamento.

A professora Kátia Rubio, da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP), está prestes a lançar seu livro "Atletas do Brasil Olímpico" - composto por entrevistas sobre as trajetórias de vida de atletas que representaram o país nas Olimpíadas.

Brio e #JornalistasLivres: apostas para superar a crise do mercado jornalístico

por Jeniffer Mendonça

Foto: Isabel Flávia da Silva
O índice dos chamados "passaralhos" em grandes empresas só aumenta. De 2012 a junho de 2015, foram contabilizadas cerca de 1.084 demissões de jornalistas em pelo menos 50 redações de acordo com o projeto Volt Data Lab. Os números assustam quem segue na área, mas se tornam também uma alavanca para a procura de novas alternativas. "Em meio a esse crise, as plataformas em rede são o futuro para o jornalismo independente", disse o jornalista Matheus Leitão em palestra ao 10°. Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji.

É preciso conhecer o Direito para cobrir o tema de forma precisa, diz promotor

Por Beatriz Quesada

Foto: Camila Alvarenga
Com 19 anos de carreira, o promotor de justiça em São Paulo e vice-presidente do Movimento do Ministério Público Democrático, discutiu a atuação da mídia e a cobertura jornalística em casos penais e ainda esclareceu ainda termos específicos da área jurídica e aspectos gerais da evolução da ação da justiça.

O promotor afirmou que a Justiça precisa de um tempo de maturação que nem sempre é aceito pelo ritmo do jornalismo. Para ele, o princípio fundamental que deve ser seguido tanto pelo Direito quanto pelo jornalismo é o bom senso: não se pode expor alguém ou classifica-lo como culpado antes do fim do processo legal: "Jornalista não é juiz", afirma.