sábado, 4 de julho de 2015

Prêmio de jornalismo destaca grandes reportagens produzidas por jovens estudantes

Por Letícia Ferreira
Foto: Phillippe Watanabe
Os estudantes de jornalismo tiveram um espaço privilegiado de debates durante do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo. A "renovação do jornalismo" foi o tema da mesa que contou com a presença vencedores da edição de 2014 do Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, realizado pelo Instituto Vladimir Herzog, criado em 2009.

Experiências como as da estudante Paloma Rodrigues, que investigou o peso econômico e social das pensões pagas pelo governo a militares da reserva ligados à ditadura, foram debatidas por alunos e professores que se inscreveram para acompanhar o debate. Paloma enfatizou a oportunidade de realizar uma grande reportagem - algo que ela nunca tinha feito antes -, além da chance de lidar com o imprevisível. "Muita coisa mudou no meio do caminho e você precisa estar preparado para o que pode acontecer", disse.

Mesmo num congresso pautado pela troca de experiências entre profissionais mais velhos, envolvidos em cobertura de grande envergadura, como a Lava Jato e fraudes no financiamento da educação, há espaço para a troca de experiências dos que estão começando agora na profissão. A curadora do prêmio, Ana Luisa Gomes, ressaltou a importância de ter "um painel onde eles (estudantes) possam contar suas experiências e o aprendizado que tiveram".

Uma característica do prêmio é a experiência de tentativa e erro, com o apoio de tutores e professores que acompanham os alunos durante todo o processo de apuração da reportagem. "Eu me sinto outra pessoa, outra jornalista depois do prêmio", disse Paloma.

"Nós tivemos que lidar com coisas que nós não tínhamos tido contanto até então na faculdade. Isso nós amadureceu antes e depois da realização da pauta. Mudou o que nós achamos que é um jornalista", disse Suria Moustapha, autora de um documentário sobre prisões de índios na ditadura. "O fazer jornalístico se aprende na prática. Eu aprendi um pouco como ser repórter. Aprendi a ser menos ingênuo de achar que era bom e que tudo que me entregam é bom", disse Gabriel Azzi Collet, co-autor de uma das pautas finalistas da primeira fase do prêmio no ano passado.

Neste ano, o concurso está em sua 7ª edição. O edital foi aberto no dia, mês de abril, e os finalistas foram divulgados em junho. O tema foi "Desafios da Liberdade Expressão no cenário dos Direitos Humanos: retratos no Brasil de hoje". Ao todo, 232 estudantes inscreveram trabalhos.

Todas as informações sobre o prêmio estão em http://vladimirherzog.org/jovem-jornalista/

O 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo é uma realização da Abraji e da Universidade Anhembi Morumbi com o patrocínio do Google, O Globo, Estadão, Folha de S. Paulo, Gol, Itaú, Oi, TAM, Twitter e UOL, e apoio da ABERT (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), ANJ (Associação Nacional de Jornais), Comunique-se, Conspiração, Consulado Geral dos Estados Unidos no Brasil, FAAP, Fórum de Direitos de Acesso à Informações Públicas, Jornalistas & Cia., Knight Center for Journalism in the Americas, OBORÉ Projetos Especiais, Textual e UNESCO. Desde sua 5ª edição, a cobertura oficial é realizada por estudantes do Repórter do Futuro, sob a tutela de coordenadores do Projeto e diretores da Abraji.

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