sábado, 4 de julho de 2015

Participantes avaliam o 10º Congresso da Abraji

Por Ruam Oliveira

Foto: Bruno Martins 
O 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji, que aconteceu nos dias 2, 3 e 4 de julho em São Paulo teve 72 painéis com os assuntos mais discutidos na mídia nacional e internacional. Com cerca de 120 palestrantes e 600 inscritos, o evento mesclou mesas, seminários e cursos para mais de 800 participantes - incluindo os palestrantes - de diferentes Estados, e do exterior.

"Eu vim para ficar um dia e estou ha três, adiei minha ida porque achei tão interessante, tem tanta coisa pra ouvir e para aprender com jornalistas mais jovens e que fazem coisas diferentes", conta a jornalista Miriam Leitão, da Globo. Ela enfatizou que todo jornalismo deve ser investigativo em sua natureza. Para Miriam, a investigação não está só no caso policial. "Eu acho que a Abraji virou a maior representação de jornalistas brasileiros no Brasil", afirma.

O evento reuniu jornalistas, estudantes de comunicação e recém formados na área, além de outros universitários que foram ao evento com objetivos específicos. Natália Nadai, estudante de Direito da Faculdade de São Bernardo, participou da mesa sobre Censura Judicial no Brasil. "É minha primeira vez no congresso, e achei que os palestrantes sabiam do que estavam falando", conta a estudante. Natália diz que veio exclusivamente para assistir este painel, mas que voltaria ao congresso outras vezes. Diferente de seu colega Dennys Camara, que apesar de ter gostado do painel, voltaria apenas para painéis específicos da área de direito. "Eu vim ver a parte jurídica", conta. 

Natália Nadai (Foto: Bruno Martins)
Durante o evento, os participantes destacaram a possibilidade de troca de informações. A rede social foi tema de uma das mesas do congresso, com a participação do diretor de jornalismo do Twitter no Brasil, Leonardo Stamillo. "Eu costumo falar para os jornalistas eles estão acostumados a enxergar o Twitter como se fosse uma boca, por onde você fala, por onde você dá sua opinião, mas ele é um ouvido super preciso da sociedade. Você só precisa entender como montar uma busca, uma pesquisa e você vai ouvir o que a população está falando sobre os mais variados assuntos.", diz.

Alguns estudantes colaboraram com o evento. Daniela Martins, do segundo semestre de Jornalismo da Universidade Anhembi Morumbi destacou que o melhor de todo o congresso foi poder conhecer autores que leu durante o curso, destacando a ausência de alguns. "Faltou o Caco Barcellos, um dos autores de jornalismo investigativo que li e que senti falta."

"O congresso ajudou a me decidir sobre a área que quero seguir, onde trabalhar e onde não trabalhar", diz o estudante Matheus Mattos, que cursa o primeiro semestre de Jornalismo na mesma universidade.

Basile e Netto (Foto: Bruno Martins)
 O jornalista do Valor Econômico, Juliano Basile também destacou a interação dos participantes. Basile participou de uma mesa sobre os furos da Lava jato e aponta que gostou muito da "participação dos estudantes e dos assessores das empresas envolvidas". O jornalista ressalta que encontrar estes assessores é também "uma forma de pedir a eles que nos abram as suas fontes, e que eles contem o que aconteceu."

O diretor da Abraji e jornalista da TV Globo Vladimir Netto afirma estar satisfeito com os resultados da décima edição. "Conseguimos aprofundar temas que são importantes, discutindo as questões que estão realmente na linha de frente da cobertura nacional", diz. Este ano o congresso discutiu a operação Lava Jato, o caso Swissleaks, regulação da mídia, e outros temas discutidos em nível nacional. "A gente pode fazer o que realmente viemos fazer aqui, que é discutir a fundo as questões do jornalismo nacional neste ano", diz Netto.

O 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo é uma realização da Abraji e da Universidade Anhembi Morumbi com o patrocínio do Google, O Globo, Estadão, Folha de S. Paulo, Gol, Itaú, Oi, TAM, Twitter e UOL, e apoio da ABERT (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), ANJ (Associação Nacional de Jornais), Comunique-se, Conspiração, Consulado Geral dos Estados Unidos no Brasil, FAAP, Fórum de Direitos de Acesso à Informações Públicas, Jornalistas & Cia., Knight Center for Journalism in the Americas, OBORÉ Projetos Especiais, Textual e UNESCO. Desde sua 5ª edição, a cobertura oficial é realizada por estudantes do Repórter do Futuro, sob a tutela de coordenadores do Projeto e diretores da Abraji.

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